OUVINDO COM O OUVIDO DO OUTRO

Vocês já repararam como anda barulhento nosso mundo?O ruído está em todo lugar – no trabalho, nas ruas, nos bares, nas escolas, e até nossas casas.

Fico imaginando o silêncio que havia quando se compunha a música clássica. Hoje é bate estaca.

Fala-se cada dia mais alto. E menos se escuta. E pagamos cada vez mais pela repercussão do não ouvir em nossas relações interpessoais. Com tantos estímulos sensoriais nos distraímos. Ou quem sabe nos protegemos do massacre informativo.


Vejo cada vez mais pessoas realizando uma audição seletiva deduzindo o que o outro vai dizer sem prestar atenção à mensagem. E com isso, as mensagens vão sendo deturpadas, distorcidas. Me pergunto quantos desentendimentos desnecessários andam ocorrendo em decorrência do não ouvir?


Relacionar-se é dar e receber ao mesmo tempo. E via de mão dupla. É abrir-se para o novo. Precisamos do outro, do seu acolhimento, e no mundo atribulado em que vivemos, às vezes, não nos damos conta disto. Não nos damos conta do quanto isto depende de cada um. Para se escutar de verdade, ouvindo muito além do que dizem as palavras, entender as intenções, o que ficou nas entrelinhas, e não somente aquilo que você quer ouvir é preciso ouvir com o ouvido do outro!


Alguém já disse , sabiamente, que "temos dois ouvidos e uma boca, para ouvir mais e falar menos...". Ouvir não e fácil, dá trabalho, exige atitude participativa, concentrada, depende fundamentalmente do interesse pelo que o outro diz. Dizem que sou boa ouvinte. Acredito que a posso ainda melhorar mais.